Jogador nº 1

EscritaLivros

Jogador nº1 é uma distopia criada por Ernest Cline que se passa em um futuro não muito distante, em um mundo em que a desigualdade é aprofundada, a deterioração ambiental é notória e as relações sociais são mediadas por uma realidade virtual imersiva, presente em todos os aspectos da vida.

O autor faz uma grande homenagem a década de 80, reflexo claro da paixão do autor pela cultura oitentista em que provavelmente ele viveu, situando um grande desafio imersivo de forma que acompanhemos as descobertas das pistas nos video games, músicas, séries, filmes, artistas, em toda a cultura pop daquela década ímpar, tornando a leitura saudosista para quem viveu e intrigante para quem não teve tal privilégio, e assim possibilitando uma busca real por uma recompensa, que no meu caso foi descobrir, apesar de gostar e ouvir muito, uma fantasia em um disco dos três deuses do norte em seu épico 2112.

O livro também traz um romance que permeia toda a história, mas o que ficou mais evidente são as questões de busca cega pelo poder, discriminação, desigualdade social ainda mais profunda e principalmente a vida artificial que são realidades, hoje e algumas décadas à frente, período em que se passa a história.

O livro é gostoso de ler, vai nos mostrando as facetas das personagens e daquele mundo aos poucos, de forma fluida, e ainda traz um punhado de críticas fatais à contemporaneidade, uma visão saudosista de um passado que de fato ainda vive no imaginário de uma população cada vez mais esmagada pelos problemas intrínsecos do modelo de vida que temos.

Ainda assim, pode haver naquela ficha esquecida no bolso e aparentemente sem valor uma vida extra, +1 up, e um fio de esperança “por mais assustadora e dolorosa que a realidade possa ser, é também o único lugar onde se pode encontrar a felicidade de verdade. Porque a realidade é real. Entendeu?”

Ótima experiência! Valeu a viagem do futuro ao passado não tão desconhecido!

Voltar